No primeiro encontro do ciclo Diálogos pela Educação, o Colégio recebeu a dra. Ilana Katz, que conversou sobre presença e relação entre escola e famílias quanto ao uso das tecnologias digitais
O celular, as redes sociais e os jogos eletrônicos têm se tornado onipresentes na vida de crianças e jovens. Para conversar com as famílias sobre o impacto da tecnologia na educação e nas relações entre a família e a criança, a psicóloga e pesquisadora dra. Ilana Katz esteve em Sorocaba, a convite do Colégio, para abrir o ciclo Diálogos pela Educação.
Para assistir à conversa completa, acesse o vídeo no canal do YouTube do Colégio:
Referência em pesquisas sobre a infância, Ilana explicou que é preciso sempre buscar o melhor interesse das crianças e dos adolescentes, como determina o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), no que diz respeito ao uso da tecnologia. E essa responsabilidade deve ser compartilhada entre todas as instâncias sociais, como famílias, escolas e poder público, para regular a atuação das grandes empresas de tecnologia, por exemplo.
“A tecnologia digital nunca pode ser um fim, ela necessariamente precisa ser um meio. E um meio de acesso ao conhecimento deve alargar o mundo, ao invés de fechá-lo. O que o algoritmo faz, muito ao contrário do alargamento do mundo, é o seu estreitamento”, argumentou a pesquisadora.
Ilana destacou que os algoritmos que regem a tecnologia não permitem uma “navegação” na internet, como antes se dizia. Antes, eles apresentam às pessoas sempre mais daquilo que elas já conhecem, em que já acreditam e com o que já concordam.
Sem espaço para questionamentos, crítica e diversidade, as pessoas é que são “navegadas”, de acordo com seu comportamento on-line. Nesse cenário, elas são levadas, sem perceber, a rodar em círculos, cavando um buraco mais profundo dentro de experiências e opiniões iguais às suas, tudo mediado por interesses financeiros, econômicos e políticos. E, no caso das crianças e dos adolescentes, isso é ainda mais preocupante.
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Como competir com o celular?
Como é possível fazer frente ao assédio da tecnologia, uma vez que ela não vai deixar de existir?
Segundo Ilana, o uso orientado deve ser o parâmetro, tanto na escola como no ambiente familiar, já que não cabe mais negar esse universo, assim como tempo para se dedicar às crianças e aos adolescentes.
“A tecnologia digital não está no lugar da conexão humana, mas deve estar ao lado da conexão humana. Uma tela só funciona quando há um humano ao lado que te diga outra coisa, diferente do que algoritmo te diz”.
Além do uso orientado e do diálogo constante, ela argumentou que, para “abrir concorrência ao assédio digital”, é preciso investir tempo nas relações humanas e estar presente.
“A gente precisa ter tempo de fazer outras coisas com as crianças, compartilhar interesses, se interessar. Fazer as coisas sem o celular na mão. Isso faz diferença na experiência que todos vão ter. A partir daí, vamos apostar que essas experiências vão construir uma outra relação com esse universo [da tecnologia].”
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A importância dos limites no uso da tecnologia
Como essa é uma responsabilidade de todos, ela defendeu, ainda, que as famílias precisam sustentar limites à tecnologia, tanto em relação ao tempo de uso quanto ao conteúdo acessado. Segundo a psicanalista, é preciso acompanhar de perto os sites e aplicativos que as crianças usam on-line e fazer um filtro quando for preciso.
“É muito mais fácil dizer para a escola barrar o uso da tecnologia; o difícil é dizer para a criança que ela não vai ter celular naquele momento, por exemplo. É preciso que a gente possa, juntos, sustentar a ideia de que os sujeitos têm condição de ficar insatisfeitos, e tá tudo bem.”
Ela explicou que as crianças e os jovens têm o direito de querer um celular, jogar um jogo, passar o dia no TikTok, mas precisam saber que “querer” não implica a realização desse desejo. “[Esse limite] faz parte da educação, e tela nenhuma ensina isso.”
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