Em um dos encontros da eletiva de Debates, da 1ª série do Ensino Médio, sempre às quintas-feiras, os alunos observavam a explicação do professor sobre diferentes técnicas e estruturas de argumentação. As dúvidas, que acompanhavam as mãos levantadas, eram quase todas relacionadas ao USP Schools, torneio de debate competitivo entre escolas organizado pela Sociedade de Debates da USP, que aconteceu no início de abril.
O USP Schools é disputado por equipes escolares de todo o país, como uma Copa do Brasil dos debates. Realizado no formato on-line, o torneio classifica as equipes no esquema mata-mata e, apesar do jogo duro, as equipes do Colégio conseguiram 1º e 2º lugares na categoria Novice (nível iniciante), e um 8º lugar na Open (nível avançado).
A Sociedade de Debates Uirapuru, grupo formado por alunos de todo o Ensino Médio do Colégio, se classificou como a 2ª melhor delegação do torneio. Além disso, tivemos dois debatedores entre os 25 melhores do campeonato.
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Debate competitivo: uma prática esportiva
Mesmo sem nenhuma bola rolando, aqui as semelhanças com o futebol não são mera coincidência. O debate competitivo é um esporte intelectual, em que o bate-bola acontece entre equipes que argumentam contra ou a favor de um tópico surpresa, diante de um juiz.
A prática dessa modalidade esportiva exercita habilidades como comunicação, diálogo, organização e persuasão, entre outras. Para participar de um torneio, não basta só contar com talento ou com gol nos acréscimos.
A preparação para o USP Schools foi tão intensa quanto nos Centros de Treinamento por aí. Para começar, os alunos da eletiva conhecem os conceitos básicos do debate competitivo, assim como as táticas e estratégias para uma boa argumentação.
E, quinzenalmente, a Sociedade de Debates, grupo formado por alunos de todo o Ensino Médio do Colégio, entra em campo para colocar em prática os temas discutidos na eletiva. Todas essas etapas são capitaneadas pelo “treinador”, o professor Eduardo Ruz Torres.
Campeã na categoria Novice, a aluna Gabriela Maia, da 3ª série, afirma: “Nossa preparação foi bem intensa. Desde o início do ano, quando as aulas começaram, participamos da Sociedade para aprimorar as técnicas, treinar o discurso e pesquisar sobre vários assuntos. Acompanhamos o Instituto Brasileiro de Debates desde o ano passado, então estávamos bem empenhados e animados para o torneio”.
Na marca do pênalti: argumentar e chutar bem
Para marcar o gol em um debate, é necessário argumentar e convencer a banca de juízes sobre a moção, que é o tema discutido pelas equipes. Nas categorias Novice e Open do torneio da USP, as moções podem ser reveladas com alguns dias de antecedência ou minutos antes do início da competição.
As equipes também só descobrem se irão defender ou se opor à moção logo antes do início do debate. A partir daí, elas têm 15 minutos para pesquisar e organizar sua argumentação, de acordo com as técnicas praticadas na escola.
“Eu e minha equipe pensamos nas diferentes áreas que tal tema abrangia, e assim ‘desmontamos’ a moção em palavras-chave. Então, criamos nossos argumentos em cima delas, tentando prever quais seriam os pontos de maior discussão para nos fortalecer. Além disso, o conhecimento prévio que tínhamos foi essencial para a criação e base da nossa argumentação. E a grande maioria desse conhecimento veio das aulas no Uirapuru”, pondera a aluna Lívia Martins da Silva, também campeã na competição.
As moções debatidas pelo pessoal do Uirapuru foram dignas de Fla-Flu no Maracanã lotado. Os temas incluíram desde os riscos e benefícios da inteligência artificial em nossa sociedade até pautas sobre biologia, política e filosofia.
Sobre a dificuldade das moções, o aluno Manassés Martins, também campeão na categoria Novice, afirma: “A mais complexa que nós encaramos foi a moção sobre o livre comércio entre Mercosul e União Europeia. Acredito que seja porque utiliza uma gama de conhecimentos muito grande, seja de geopolítica, história e ainda uma boa articulação com informações que nós mesmos pesquisamos”.
Na ponta da tabela
Um dos destaques da atuação do Colégio no USP Schools foi o craque Murilo de Oliveira, classificado como o 8º melhor debatedor entre os iniciantes.
Na categoria Novice, o 1º lugar foi para a equipe de Lívia Martins da Silva, Manassés Martins e Gabriela Maia. A 2ª posição ficou com Marisa Luisa Lourenço, Marcos Paulo Mestiço e Murilo de Oliveira. Na categoria Open, o 8º lugar foi para a equipe dos alunos Antônio Neto, João Trevisano, Arthur Gutierrez, Isabely Machado e Vitor Bertolai.
Com o resultado positivo nos debates da USP Schools, primeira competição do calendário de 2024, as equipes do Uirapuru seguem como favoritas para os próximos desafios. E mesmo que o ditado diga que não se deve mexer no time que está ganhando, o pessoal do terceirão deixará algumas cadeiras vagas na Sociedade de Debates, no próximo semestre, por conta dos estudos para os vestibulares.
Fica o recado para quem gosta daquela resenha sobre esportes: para ser campeão é só vestir a camisa e entrar em jogo. Bora debater?
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