O atelierista Guilherme Fraga promoveu uma formação com a equipe da Educação Infantil do Colégio e explicou a abordagem que torna o pensamento da criança visível por meio da arte
O ateliê na Educação Infantil é uma prática e uma experiência que busca dar visibilidade ao pensamento da criança, concretizando-o por meio da arte. Essa materialização do pensamento da criança pode se dar por meio de diversas linguagens e formatos, como grafismos, desenhos, pinturas, esculturas, colagens, fotografias, instalações, música e diversas outras.
É assim que o atelierista e artista visual Guilherme Fraga explica a cultura do ateliê na Educação Infantil. Com ele, a equipe do Infantil do Colégio participou, em março deste ano, da formação “O ateliê e suas infinitudes”.
Guilherme atua na escola Espaço Kando, em Santana do Parnaíba, e esteve no Uirapuru para encontros imersivos. Ao longo de três dias, as professoras experimentaram algumas linguagens artísticas, ampliando sua sensibilidade e seu repertório para aplicá-los em propostas com as crianças.
O papel do ateliê na escola para a infância
“Eu costumo dizer que o estado de ateliê é dar ouvidos e acolher esse universo infinito que as crianças carregam dentro de si. Elas trazem pensamentos lúdicos, pensamentos brincantes, às vezes estapafúrdios, e a gente desdobra esses pensamentos no ateliê, criando a partir deles por meio da arte”, contextualiza Guilherme. “No ateliê, as infinitas ideias abstratas que flutuam na imaginação das crianças são trazidas para o concreto.”
E como isso acontece, na prática? Em primeiro lugar, o ateliê é uma cultura que conecta tudo que acontece na escola: o que está acontecendo em sala vai se desdobrar no parque, no ambiente da floresta, no quintal, na hora de comer, na areia, no ateliê etc.
Assim, as vivências e a realidade das crianças no cotidiano, descobrindo miudezas do quintal e da natureza, trazem à tona ideias que podem virar uma pintura, por exemplo. Outra ideia pode virar escultura ou cena teatral. “Às vezes, uma fala da criança é superpotente para virar instalação e não pintura”, comenta o atelierista.
Assim, por exemplo, o desenho que a minhoca faz ao rastejar na terra pode trazer ideias sobre movimentos, linhas e caminhos. Essas ideias podem ser o ponto de partida para explorar as marcas e os grafismos deixados por materiais como a caneta preta grossa, o giz preto e o carvão sobre o papel, sobre a madeira e sobre o tecido. O caminho da minhoca também pode despertar gestos e movimentos com o corpo, o que poderia se desdobrar em uma parede com sombras e fotografias dessas sombras. As possibilidades são inúmeras.
A importância do ateliê na educação das crianças
Para Guilherme, o ateliê é um grande movimento de troca, em que a criança traz suas formulações sobre o mundo e o atelierista pode responder com propostas diversas: um contexto investigativo, uma mesa de repertórios criativos, tudo para fazer borbulhar ainda mais aquele pensamento ou ideia inicial das crianças. ”Por isso, o ateliê também é um movimento de presença e escuta sensível de todas formas com as quais a criança se expressa”, ele diz.
Trata-se de uma experiência que promove muito mais as perguntas do que oferece respostas, a partir da fala e da imaginação da criança, que é protagonista da sua aprendizagem e produtora de cultura. “É uma coisa que parte do simples, do singelo, dessas miudezas dos achadouros do quintal. São pesquisas que vêm de algo muito próximo, da nossa realidade. Ao mesmo tempo, é carregado de uma complexidade muito grande. E o atelierista vai costurando os pensamentos todos das crianças em propostas e produções artísticas diversas”, finaliza o educador.
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